domingo, 13 de março de 2011

Àqueles que desejam ser magistrado

Sempre achei, e não estou sozinho, que julgar é das mais complicadas tarefas que o ser humano pode enfrentar. O ofício da magistratura é por demais espinhoso, daqueles que levam a sério tão nobre profissão. Este quadro de resignação e amor ao trabalho elevado ao extremo é constatado quando se lê a reportagem da revista Veja da semana passada ao mostra as condições daqueles magistrados que se deparam com processo que envolvem criminosos dos mais perigosos e que por mandarem para a cadeia são alvo das mais veladas perseguições, entre elas a ameaça de morte, tendo que dormir cada noite em lugares diferentes, e cercado muitas das vezes por um tosco aparato policial para protegê-los. O enfrentamento contra estes bandidos muito perigosos sem a devida atenção do Estado para oferecer segurança, mostra o caráter de abnegação daqueles que dignificam a atividade de juiz. No âmbito da magistratura federal, a Polícia Federal ainda de forma incipiente tem dado proteção aos que alheios as ameaças não pensam em mandar para as grades figurões de alto calado da criminalidade. O preocupante são os juízes estaduais que ao se depararem com situações como estas, os estados, em especial do nordeste,o sistema de proteção fica a desejar quando não é inexistente. Sofrer ameaças por decisão judicial, é mais velho do que a invenção da roda, o que é novidade é a dimensão que tomou tal comportamento. As abordagens e ameaças se sofisticaram e o aparato para proteger não tem acompanhado esta dinâmica. Pouco tem sido feito para coibir condutas desta ordem. A Itália, e se não me engano a França, passou a adotar a política de um colegiado de magistrados decidir sobre a punição de criminosos muito perigosos, com a intenção de dificultar a identificação de quem aplicou a pena. O Brasil, país muito pouco afeito a mudanças em especial no âmbito legal, ainda engatinha em mecanismos de proteger e garantir a atividade dos magistrados que a despeito das ameaças em por na cadeia bandidos de alto calibre, pouco tem feito para coibir suas ações.

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