No momento que escrevo para o blog, a televisão está ligada onde minha sogra assiste um programa de nome “Esquenta” e involuntariamente ouço o festival de besteira saídos de lá. Primeiro uma entrevista com ex-candidata Marina Silva, com aquele discurso telúrico-ambientalista, tão profundo que deixaria com água nas canelas as formigas que atravessassem o seu riacho de platitudes. Os aplausos foram efusivos, era de se esperar. Até porque muitos que a ouviram nem entenderam o que foi dito (incluo também a minha sogra). O público da ex-candidata é aquele que se diz moderninho, versado em livro de auto-ajuda (Chalita, Augusto Cury e porcarias afins), lidos em edições ilustradas, mais fácil de ser entendido, mas não abre mão de ter um carro que bebe galões e galões de gasolina e que liga o ar-condicionado do quarto duas horas antes de dormir para deixar fresquinho. A entrevista-escada (aquela que o entrevistador está ali apenas para ressaltar as virtudes do entrevistado) flui com a intenção de enaltecer o passado de dificuldade em detrimento das idéias e opiniões. Esquece-se que a mesma participou de um dos governos mais corruptos que se tem noticia e jamais se ouviu uma reprimenda de sua parte, mas isto já outra estória, vamos ao programa. Depois entrou em cena uma atriz que foi louvada como a primeira protagonista negra de uma novela, ou seja, não importa se o trabalho foi feito com qualidade ou não, o que importa é a sua condição de negra numa novela das oito. O que se segue é um discurso bobo, cheio de ufanismo rastequera e nem uma palavra dos dotes artísticos, ou seja, não importa o talento, mas a condição epidérmica. O problema não é o programa, se não gosta, muda-se o canal, para isto que existe o controle remoto. O errado é louvar a pobreza, em todos os sentidos, e a mediocridade como valores culturais, capitaneados pela apresentadora, que insiste em afirmar que tudo aquilo exposto no seu circo de horrores é a verdadeira “cultura” do Brasil e ainda nos querer convencer o quanto tudo isto é bacana. É por estas e outras que no último levantamento feito pela Times Higher Education nenhuma universidade brasileira ficou entre as 100 melhores.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário