domingo, 24 de abril de 2011

Assim caminha o Brasil

Nestas duas últimas semana dois fatos mereceram uma maior reflexão e que não tiveram a repercussão merecida. A primeira foi a escolha de um ministro para o STF onde foi defenestrado por motivos no mínimo estranhos. A denúncia partiu de uma reportagem da Revista Veja, no qual o Ministro Asfor Rocha diz que foi acusado de suborno por um eminente advogado com livre acesso ao Planalto que influenciou a decisão final do presidente da república. Segundo o ministro por razões de dignidade renunciou as suas pretensões, pois, segundo ele, as acusações foram levianas e que desistiu para preservar a sua "dignidade pessoal". A acusação se baseava no oferecimento de uma quantia para favorecer uma empresa que estava aguardando por sua decisão, que no final das conta foi julgado contra. O fato em si, é de uma gravidade sem precedente. O Senado Federal, através do Senador Alvaro Dias exigiu uma investigação rigorosa sobre o assunto. O estranho foi os apartes de uma obscura senadora ao tentar desmerecer os fatos com argumentos no mínimo tosco, até porque, esquece-se a digníssima , é o Senado que sabatina a escolha do representantes dos tribunais superiores, mas isto é assunto pra outra conversa. Outro fato, não menos importante, mas soa no mínimo estranhissimo, mas é tão grave quanto ao primeiro, foi uma entrevista com o Ministro Fux que defende a ideia de permitir o Estado através de mecanismos policiais entrar nas casas das pessoas para buscar e apreender armas de fogo como forma de combater e impedir o seu uso. Como bem disse Reinaldo Azevedo em seu blog, se fosse a opinião de um advogado de porta de cadeia não teria importância nenhuma, mas vinda de um membro da mais alta corte do país é incrivelmente irresponsável. É advogar a violação da constituição federal. Esquece-se algumas autoridades que suas opiniões pessoais não devem vir a tona em razão do cargo que ocupam, ainda mais de um dos membros da mais alta corte que tem por definição ser o guardião da constituição e se esta opinião vai de encontro ao que estabelece o artigo 5ª. Estas duas situações demonstra o estado de penúria que nossas autoridades se encontram no trato de suas vidas públicas. Um desistindo da candidatura a uma corte de justiça por boatos que que afetam a sua dignidade sem a devida investigação, o outro defender a violação da constituição, quando na verdade compete a ele salva guardar o seu texto das arguições momentâneas e rasas. Estas duas situações demonstram que por haver tantos escândalos os fatos se perdem e pouco é divulgado. Devemos ficar atentos e exigir intransigentemente explicações.

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