Esta semana dois fatos merecem atenção. Um pouco noticiado e que mereceu apenas pequenas notas na impressa foi a decisão dos magistrados federais fazerem uma paralisação no dia 27 de abril em razão de estarem sem aumento salarial por um longo tempo e pelo descaso que o Congresso Nacional vem tratando o tema. Existem certas profissões que infelizmente não podem parar, entre elas a magistratura. A maioria dos magistrados vivem propalando que a figura do juiz é uma categoria especial,por isso devem ter férias de 60 dias, auxilio moradia e outras cositas mas. Mas na hora das reivindicações se comportam como um trabalhador qualquer. A idéia de paralisação é um ato vergonhoso, incompatível com tão nobre profissão. Se estão se sentido desprestigiado que busquem outros canais de pressão, com nota de repúdio nos jornais, botar a associação para pressionar (dentro da lei é claro) os deputados a atender os seus reclamos, em vez de ficar correndo atrás de patrocínio público para realizar beija mão. O que não pode é deixar a população sem a prestação jurisdicional já tão combalida por um judiciário afamado pela sua lerdeza. Como disse Renato Pacca em seu blog, depois ficam reclamando que os advogados recorrem demais das decisões. Outro assunto, este sim, com ampla cobertura da imprensa, foi o entrevero entre o deputado Bolsonaro e a artista Preta Gil. O problema não é o que ilustre deputado disse, conhecido pelas barbaridades das idéias que defende. Mas o patrulhamento do politicamente coreto que tomou conta de alguns segmentos da sociedade. O que o deputado defende e vem falando não é de hoje, é abominável. Típico de uma pessoa que não deve ter lido no máximo meio livro em toda a vida. O preconceito que ele carrega contras os gays, em especial, é desprezível. Não merece atenção. O que não pode é usar de mote os comentários desajustados do político o direito de expressar a suas opiniões por demais erráticas. Uma coisa não anula a outra. Por mais horríveis que sejam as suas considerações, o texto constitucional ampara a livre manifestação de pensamento, contanto que não incite a violência. A democracia é assim mesmo. É nesta hora que nossa capacidade de tolerância é testada. Ela permite que aceitemos o contrário, por mais desprezível que seja o outro. Portanto perde tempo e dinheiro a OAB e outras instituições processar o insigne político, pois é a sua opinião, estúpida, mas é a sua opinião. E só.
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Excelente reflexão. Seria ideal se a grande massa tivesse acesso a este tipo de leitura e colocasse em prática suas garantias constitucionais como, por exemplo, não aceitar certas posturas do judiciário que "engessa" a vida do cidadão.
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