Amanhã comemora-se os 100 anos de nascimento de Orlando Gomes, um dos mais notávies juristas do Brasil. Autor de diversos livros de direito, em especial direito civil e do trabalho. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e assistir algumas de suas palestras e trocar algumas idéias. Sua inteligência incomum e sua incomensurável habilidade nas letras tornava temas aridos saborosos de ler. Era um intelectual de extrema largueza sem ser pedante e mantinha um recato que somente os mestres de seu quilante sabiam preservar. Sua obra literária não tem paralelo no mundo jurídico. Seus ensinamentos atemporais ainda prevalecem mesmo em razão da enormes mudanças pelo qual ciência jurídica atravessou. Aliás esta condição somente os gênios conseguem. Seus textos estão anos luz em qualidade e densidade doutrinária do que vem sendo apresentado pela novíssima geração baiana, digamos assim, de escritores jurídicos. Muita de suas peças processuais eram escritas a mão em letras pequenas, com argumentos precisos e sem uso de um juridiquês castiço e incompreesível. Como advogado um extraordinário profissional. Professor, um mestre que não se vê mais hoje, com suas aulas começando exatamente no horário e terminando sempre segundos antes da sirene da UFBA soar. Antes de realizar uns estudos na Ingalterra, a minha turma da faculdade tinha acertado com ele uma palestra, para dalí três meses, coisa díficil de convecê-lo de participar, mas aceitou sem impor condições, afirmando que não participaria de tais eventos, pois não lhe sobrava tempo para realizar seus escritos e os inúmeros convites eram constantes e diários. Quando retornei da viagem, tive a triste notícia de sua morte. A palestra não se realizou e no dia acertado do evento prestamos uma homenagem. De sua vasta obra indico uma excelente "Raízes históricas e sociológicas do Código Civil brasileiro" reeditado pela Martins Fontes em 2006 que pode ser encontrado em qualquer boa livraria.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Orlando Gomes é um jurista que não precisa só ser lembrado, mas jamais poderá ser esquecido.
ResponderExcluirComo bem fora dito na postagen, sua lições se encontram atuais até hoje, pois o seu conhecimento se lançava muito à frente de um mundo que sempre resiste a inovações. Apenas para citar um exemplo, neste ano de 2009, quando estava escrevendo um trabalho sobre propriedade (O direito de propriedade como direito à propriedade: uma análise à luz dos princípios constitucionais vigentes), encontrei uma passagem na 3a edião do seu livro Direitos Reais (1969) em que Orlando Gomes defende a humanização da propriedade privada.
Matheus Ferreira Bezerra
A obra de Orlando Gomes, a quem também tive o prazer de conhecer pessoalmente na UFBA, não deve apenas ser lembrada, mas estudada sempre!!!
ResponderExcluir