domingo, 28 de agosto de 2011

Um passo para trás

Esta semana saiu no site do Conselho Federal da OAB uma nota sobre a posição da instituição no julgamento das cotas raciais para ingresso nas universidades. O texto delibera dizendo que o Pleno da entidade apoia o sistema de cotas uma vez que a entidade por razões históricas combate o “o abismo social que existe nesta País no que se refere á questão dos negros” nas palavras do Presidente Ophir Cavalcante. Pois bem a ordem mais uma vez dás um passo para trás. A instituição que sempre defendeu a igualdade como preceito fundamental na formação de qualquer nação depõe contra a Constituição que tanto lutou para solidificar de vez a nossa democracia. Este posicionamento equivocado, fruto de uma concepção equivocada, tenta reparar um problema social, que independe da cor, onde o acesso ao ensino superior é decorrente da falta de investimento que afeta tanto brancos como pretos, não deveria ser a bandeira da instituição. O argumento de que os negros foram espoliados e, portanto, devem ser reparados, é tão demagógica quanto pueril. Trata-se de visão míope, pois a escravidão já era prática comum na África subsaariana com a venda de negros tanto para Europa quanto para a Ásia. Defender as cotas depõe contra a constituição federal. Por obvio que a escravidão foi uma passagem das piores em nossa história. Mas querer julgar fatos do passado usando os modelos atuais é burrice. É conduta típica daqueles “pensadores” do atraso que ainda permeiam os rincões das universidades. É triste que uma instituição com tantos serviços prestados pela luta da liberdade e da igualdade de todos perante a lei possa defender um conjunto de ideias tão densas como uma bolha de sabão. Também não se pode esperar muito da OAB, pois nos últimos anos nunca tivemos presidentes tão fracos e desinformados e despreparados intelectualmente.

domingo, 21 de agosto de 2011

As veias abertas da América Latina

Hoje a despeito de muitas ocorrências ditas “jurídicas” darei espaço ao comentário de um livro meio despretensioso que trás estória que se não é novidade, pelo menos mostra de forma incontestável a verdade de mitos muito celebrados aqui em terras da América Latina. O nosso continente sempre escolheu as opções erradas, seja na vida econômica, seja na vida politica. E sempre pagamos por estas escolhas. Não foge deste contexto o glamour que parcelas enormes da população, muitas inclusive influenciadas por hordas de políticos e intelectuais que os enaltece para simplesmente servirem de instrumentos para exposição de suas ideias, cristalizando uma da facetas digamos assim, de nosso atraso diante outras nações. O livro ao qual me refiro chama-se “Guia Politicamente Incorreto da América Latina” (Ed. Leya, 335 pags. R$ 39,00) escrito a quatro mãos por Leandro Narloch, este inclusive autor também do não menos ótimo livro do mesmo título mas da História do Brasil e Duda Teixeira. Os autores escolheram sete figuras emblemáticas que prestaram um enorme desserviço, ou que pelo menos, ajudaram a dar este ar de subdesenvolvimento que sempre existiu e ainda existe, nesta terra colonizada por português e espanhóis. O livro desmitifica uma figura que todo jovem, uma vez na vida teve uma camisa com seu rosto, tirado de uma foto do fotografo Korda, o porco fedorento do Che Guevara (lembro aos leitores que este escriba jamais teve qualquer indumentária que fizesse alusão a tão bestial figura). Este sujeito tão decantado e conhecido mais por suas proezas em prol de uma revolução dita romântica em que pôs para corre o ditador Fulgêncio é celebrizado como um jovem idealista e defensor das liberdades. Ledo engano. O tipo nada mais foi do que um facínora cruel que matava sem pena aquele que não comungasse com seus princípios nada democráticos. Ele matou sem dó e piedade mulheres e crianças. Mandava seus subordinados e quando estes não resolviam, executava o serviço pessoalmente. Dando tiro na cabeça e depois relatava suas experiências dizendo como deve ser um tiro bem dado, afinal ele era médico. Entre outras personalidades que passeia pelo imaginário latino americano e é visto como herói estão: Fidel, é obvio; o casal Evita-Peron, Simon Bolivar, Allende. O livro visualmente atraente com uma prosa enxuta e em tom jornalístico é saborosamente lúdico. Indico para aqueles que querem entender porque somos um continente ainda tão atrasado e insignificante no cenário mundial.

domingo, 14 de agosto de 2011

Uma questão de ordem

Prezado voltei. Estive afastado em razão de viagens, curso de doutorado e outras cositas más. A periodicidade será como antes. Sempre aos domingos. Vamos lá então.

.................................................................................................................................................

Por estes dias será apreciado no STF a possibilidade de não haver mais Exame de Ordem para os alunos saídos das faculdades de direito de todo o país. A ação foi proposta por um formando que perdeu por diversas vezes o exame. Os argumentos ainda que toscos querem de todas as maneiras por fim o mais sério e criterioso exame de seleção para ingresso na atividade profissional. Numa sociedade que menospreza o mérito como elemento de ascensão social e profissional eliminar esta forma de avaliação é estabelecer a mediocridade como parâmetro a ser seguido. Não é crível que alguém em sã consciência opte por acabar com o Exame de Ordem. Diz os defensores de sua morte que este exame não avalia a competência e as habilidades necessárias para se tornar um bom advogado. Ledo engano. Não se tem outro mecanismo confiável que possa medir os conhecimentos de um bacharel recém-saído da faculdade de direito senão o exame. O grande número de reprovados é reflexo de vários fatores. Um deles é a má qualidade do ensino jurídico no Brasil. E pelo o que tenho visto, mesmo aqueles que passaram por este exame, mostra que os novos advogados tem uma formação muito deficitária, associada a um pensamento fortemente ideologizado por conceitos esquerdoides aprendidos nas bancas acadêmicas, tai o lixo do “Direito Achado nas ruas” que não me deixa mentir. Associado a este ranço intelectual menor está má formação humanística, onde os profissionais jamais leram um livro inteiro em toda a sua vida, apenas resumos e apostilas, para ficar somente nos livros técnicos. Se reprovam muito, não porque o exame é ruim, mas as escolas que formam que deveriam ser mais exigentes ou deveriam ter mais qualidade. Pena que as demais profissões ainda não tenha um exame deste tipo para avaliar os alunos saídos das faculdades.