domingo, 20 de novembro de 2011

Filosofia sem ser chata

Acabo de ler o livro “JUSTIÇA O QUE É FAZER A COISA CERTA” de Michael J. Sandel pela editora Civilização Brasileira, 349 p. O autor é atualmente um dos queridinhos da turma do you tube (www.justiceharvard.org) com suas aulas gravadas diretamente do auditório de Harvard, todas em inglês naturalmente. Filósofo de formação, o seu livro trás questões de cotidianas analisadas sob a ótica de Kant, Rawls, Aristóteles tais como barriga de aluguel, os limites morais do mercado e outras perquirições. Em linguagem fácil o autor se desdobra em analisar temas às vezes áridos fazendo correlação com fatos cotidianos no qual nunca emite suas posições deixando para o leitor a construção de sua opinião. O mesmo ele faz em suas aulas para mais de mil pessoas na faculdade de direito de Harvard que já foi inclusive levado a televisão pela prestigiosa BBC. O bom do livro é que serve para os pouco afeitos aos escaninhos da filosofia ter uma visão menos preconceituosa da mais antiga das ciências. O livro inicia perguntado aquela situação clássica de situações extremas devemos salvar uma pessoa e sacrificar outras cinco ou o inverso e até onde vai os valores morais dos que se aproveitam de eventos naturais como furação ou enchentes para cobrar mais caros os bens de consumo mais básicos. Em um dos trechos do livro, Sandel trata do sexo casual no contexto Kantiano onde aborda a posição (sem trocadilho, por favor) conservadora deste filósofo sem cair no maniqueísmo e contextualizando aos comportamentos atuais. É uma boa dica de leitura sem compromisso para as férias que se aproxima.

domingo, 6 de novembro de 2011

Enem aí

Esta semana foi prodigiosa em eventos que envolviam estudantes, sejam eles do nível médio ou superior. Um deles foi o ENEM. Uma ideia boa que o governo federal insiste me piorar a cada ano. Desta vez, para variar, ocorreu a divulgação de algumas questões em uma escola do Ceará, 16 no total, se não me engano, antes da realização do certame, deixando um aura de desconfiança no sigilo da prova. O MPF daquele estado  agiu rápido e ingressou com uma ação pleiteando a anulação das provas sob o argumento de que a violação das questões contamina toda a prova e por via de consequência a lisura do Enem com um todo. Calejado destas ações, intuir com meus botões os desdobramentos de uma ação desta. Pensei, o juiz de 1º grau irá atender o pleito da procuradoria, mas a União recorrerá e lá no Tribunal Regional, porque a ação se dá na esfera federal, inverterá o julgado dando razão ao Ministério da Educação, geralmente com argumentos empenados e assim garantir que a excrescência, no caso a violação do sigilo da prova, seja esquecida e mantida a prova. É sempre assim. Toda vez que há ações que repercutem diretamente nas condutas do governo federal, o juiz lá de baixo concede todos os pedidos da procuradoria. Teve recurso, o jogo vira. E o assunto morre. Será que ministério público se equivoca no tipo de ação? Ou os argumentos são sempre fracos? É estranho. A imagem que passa é que os tribunais superiores estão sempre comungando com os erros e deslizes que o governo federal comente nesta e outra situações. O outro fato envolvendo os estudantes foi a invasão promovida por uma minoria de desocupados a reitoria da USP. O argumento da cambada vagabunda é a permanência da policia militar no campus da instituição. Os remelentos querem fazer deste espaço uma zona livre para eles fumarem maconha  adoidado e policia reprimindo o fumacê atrapalha. Logo se vê que os traficantes estão adorando, se não tiverem incitando tal baderna. Os baderneiros querem ainda a extinção dos processos administrativos contra os serventuários e expulsão de alunos que participaram de outros eventos arruaceiros. Ou seja, querem fazer das instalações da USP em território de ninguém, como se fosse um principado da ilegalidade. Ontem, 05 de novembro após a justiça conceder a reintegração de posse, os invasores se comprometeram a sair do campus até à 23 horas de segunda-feira(07/11). É assim aqui no Brasil, o malfeitor negocia o cumprimento de sentença. Depois reclamam porque bandido não vai para cadeia.