Costumo o frequentar as livrarias com um assiduidade de pelo menos três vezes por semana. E faço isto desde muito tempo. Aqui onde moro em Feira de Santana, este estabelecimento somente passou a existir nos últimos dez anos e até hoje só temos uma. O que para uma cidade de pouco mais de quinhentos mil habitantes é uma lástima. Antes dela frequentava a famosa Civilização Brasileira em Salvador a ponto de ficar amigo dos vendedores que ás vezes separavam os livros de meu gosto, quando não reclamavam que nunca escolhia um livro constante no acervo, tinham sempre que encomendar em outras plagas em geral de difícil obtenção. Mas na verdade o que me leva a refletir hoje diz respeito aos livros de direito que ocupa os borbotões as estantes das livrarias. São obras dos mais diversos autores, com os temas dos mais variados e sortidos. Encadernações luxuosas e capas extremamente coloridas. Os preços na mesma proporção. Porém o que me assusta é o que vem dentro destas capas . Os textos são extremamente iguais uns aos outros, quando não são cópias de outros autores. Não se vê nada de interessante ou original. Escrevem páginas e páginas uns citando os outros sem levantar qualquer crítica ou tirar conclusão inteligente. Quem leu um deles, leu todos os outros porém com palavras diferentes. Mantenho o interesse por razões profissionais os livros de processo civil e direito civil. Os do primeiro grupo, que representam mais da metade dos espaços destinados aos assuntos jurídicos, são os que mais se repetem. São de uma mediocridade de dar pena. Faço comparações e o que vejo é um lixo sem precedentes. Quando se altera uma regra processual em menos de um mês já se tem um livro com comentários em edição vistosa e já se percebe através do texto que foi feito de maneira açodada e sem qualquer critério científico e o pior, não esclarece nada, apenas repete o que já se sabia quando da sua promulgação. Quanto aos livros de direito civil a situação se repete. Falta em muitos autores densidade intelectual, não de cunho jurídico, coisa que poucos tem, mas cultura mesmo. Escrevem de forma telegráfica reproduzindo o código civil e um sem número de jurisprudências, ali inseridos pela mais completa falta do que dizer. Outra praga são os livros destinados para “concursos”. São verdadeiros repositórios de frases feitas, dicas e macetes, mais preocupados em treinar a responder uma prova do que transmitir algum conhecimento jurídico. O pior disto tudo é que tais “livros” não formam leitores, mas repetidores de idéias alheias sem nenhum senso crítico e que logo ficam esquecidos num canto das estantes até serem substituídos por um outro autor que repete o que já foi dito, porém com outra palavras em geral mais bonitas e embalagem de luxo. Portanto leitor, fique atento as estas ciladas.
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